segunda-feira, 20 de abril de 2009

Não se pode mesmo cancelar a peça?

Sugestão cinéfila: Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004)

Não é voltar atrás o que eu queria. Todos sabem que não se pode voltar atrás, nem se pode continuar o que se começou. (...) É outra coisa, outra vida. (...) É preciso dar tempo ao tempo (...). Eu não gostava nada. Dar tempo ao tempo? Já reparaste o tempo que o tempo demora a passar, não achas que é mais do que suficiente? Porque é que queres dar mais tempo ao tempo? Achas que ele precisa de ajuda?
Pedro Paixão, Histórias Verdadeiras

Porque não é quando eu quero que tu apareces, és tu que decides, suponho. Ou um deus que nos protege com um sorriso. (...) Se tu viesses. Ainda que trouxesses a tua pequena ruga de irritação. E se te sentasses aqui comigo (...) a ouvir a tempestade. (...) E inventássemos a harmonia de estarmos assim um com o outro (...) a ouvir a chuva e o vento. E ficarmos assim em silêncio por já termos dito tudo.
Vergílio Ferreira, Cartas a Sandra

(...) Depois, quando já era tempo de voltarmos e havia vontade e havia saudade e aquilo começava a doer, começámos a procurar as palavras na cabeça, repetindo-as para dentro, como um ensaio, e já não eram palavras que chegassem e continuámos calados sem nos falar. (...) As primeiras palavras (...) nunca vêm a propósito. As últimas também.
Pedro Paixão, Histórias Verdadeiras
(ln)

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