quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Workshop de Leitura em Cena

A Reitoria da Universidade do Porto e a Editora Civilização organizam a 1 ª edição do Workshop de Leitura em Cena. O mesmo irá decorrer de 18 a 22 de Fevereiro de 2008.
Neste Workshop vamos reflectir e explorar as potencialidades da leitura em voz alta.
A partir de vários géneros literários pretendemos encontrar outras dimensões textuais. Reavivar o prazer pela leitura e superar a barreira entre ler para nós e ler para os outros.
Da leitura silenciosa à leitura expressiva, vamos dar voz e corpo às palavras escritas e perceber a força das palavras ditas, interpretadas pelo nosso leitor em cena.
Pois é..... O desaparecimento da leitura em voz alta é muito estranho. O que teria Dostoievski pensado disto?....Já não há o direito de colocar as palavras na boca antes de as meter na cabeça?
Já não há ouvidos? Já não há música? Já não há saliva?... As Palavras Precisam de corpo! Os nossos livros precisam de ter vida !
Programa :
1ª Sessão
A identificação do leitor e reflexão sobre o acto de ler
Aquecimento - Trabalho de Corpo e de Voz
1ª Parte: Exercícios de respiração, postura, colocação de voz, dicção. 2ª Parte: Leituras em voz alta de um conto ( diversas técnicas).
2ª Sessão
Aquecimento - Trabalho de Corpo e Voz
1ª Parte: Exercícios de voz e expressão dramática ( audibilidade, articulação, entoação e ritmo).
2ª Parte : Exercícios de leitura em voz alta ( textos poéticos, narrativas, contos, textos dramáticos, etc.).
3ª Sessão
Aquecimento - Trabalho de Corpo e de voz
1ª Parte: Análise dos textos da sessão anterior ( promover a capacidade compreensiva através da convocação de vários sentidos de um texto).
2ª Parte: Exercícios de interpretação( apropriação do texto, descoberta da partitura individual, o corpo e a cor do texto, a sua musicalidade).
4ª Sessão
Aquecimento - Trabalho de Corpo e voz
1ª e 2ª Parte: Como tornar um texto interessante para quem ouve? Teatralizar e desenvolver uma leitura encenada. ( adereços, sonoplastia, figurinos, etc.) Trazer leituras diversas para a proxima sessão.
5ª Sessão
1ª Parte: Apresentação das leituras em cena. Debate e reflexão sobre o processo de trabalho e resultado da oficina.
2ª Parte: Jam Session de Leitura.
Formadores:
Rute Pimenta - Actriz e programadora cultural Nasceu em Guimarães, em 1975.
Concluiu em 1994 o Curso de Interpretação na Escola Profissional Balleteatro e frequentou um estágio na École Internationale Jacques Le Coq em Paris. Em 1997 terminou o Curso de Interpretação na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo. Profissionalmente trabalhou com os encenadores: António Durães (Póquer na Jamaica de Evelyne Pieller / Companhia Teatro de Braga e Peça com Repetições de Martin Crimp / Assédio); Jorge Silva Melo (A Tragédia de Coriolano de William Shakespeare / Artistas Unidos e Ensemble); Companhia O Bando (Peregrinação / Expo 98); Nuno Carinhas (La Dinâmica Dell'Acqua / Teatro Bruto e Tia Dan e Limão de Wallace Shaw / Assédio); José Carretas (Ar do Vinho / Teatro Bruto; Ilhas e o Rio / Panmixia); Nuno Cardoso e Fernando Moura Ramos (Sexto Sentido de Regina Guimarães, António Cabrita, Abel Neves e Franscisco Duarte Mangas / Dramat - TNSJ - Assédio); Giogio Barberio Corsetti (As Barcas de Gil Vicente / TNSJ); Rogério de Carvalho (D. Juan de Bertolt Brecht / Teatro Bruto); Lígia Roque (Por Amor de Deus de John Havelda / Projecto Uma Mesa e Duas Cadeiras - Teatro do Campo Alegre); Nicolau Pais (Dorme Devagar de João Tuna / Dramat - TNSJ - Assédio); Companhia Assédio (Leitura de peças de Harold Pinter / Rivoli Teatro Municipal); João Pedro Vaz (O Triunfo do Amorde Marivaux / Assédio - TNSJ e Atentados de Martin Crimp / Assédio - TNSJ); Joana Providência (História com pés e mãos / Teatro do Campo Alegre); Nuno Simões (Amares de Regina Guimarães / Fábrica do Movimento - Caminho das Letras); Manuel Santos Maia (Alheava - Derrotados / Exposição Busca Pólos); Miguel Cabral (Poesia ia ia / co-criadora, para o Teatro do Campo Alegre e Onde Deixar o Mundo Dormir / Estufa - AC). Participou nas leituras inseridas na Bruto OFFicina - Sob o Signo de Lorca, do Teatro Bruto. Como formadora leccionou na Escola Profissional de Tecnologia Psicossocial do Porto; Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco de Vila Nova de Famalicão; École Française do Porto - Marius Latour; Escola Profissional Balleteatro do Porto; Escola Pires de Lima - Porto, entre outras. Em televisão apresentou, em 2002, o programa N. Astral na NTV. Participa regularmente, desde 1999, como dobradora de desenhos animados e imagem real para a RTP 1, A Dois, SIC, TVI e Disney Channel. Actualmente é programadora do Serviço Educativo do Teatro do Campo Alegre.
Miguel Cabral - Actor e encenador Nasceu no Porto, em 1974. Em 1991 frequentou o Curso C.I.E.S.A. na Cooperativa Árvore. Em 1994 concluiu o Curso de Interpretação na Academia Contemporânea do Espectáculo e o Curso Acting em regime de estágio na Rose Bruford College em Londres. Em 1997 terminou o Curso Superior de Interpretação na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo e em 2002 completou o Curso de Formação Profissional no Instituto das Artes e Ciências. Como actor integrou os espectáculos encenador por: Rogério de Carvalho (Histórias Mínimas de Javier Tomeo / As Boas Raparigas..., Tio Vânia de Howard Barker / As Boas Raparigas...; D. Juan de Bertolt Brecht / Teatro Bruto; Rostos em Feridade Howard Barker / MetaMortemFase); Andrzej Sadowski (Platonov de Anton Tchekov / TNSJ); António Feio (O Aleijadinho do Corvo de Martin McDonagh / Visões Úteis); António Pires (Shopping and Fucking de Mark Ravenhill / Teatro Plástico); Ana Luena e Paulo Freixinho (Caleidoscópio de Vânia Cosme / Teatro Bruto); Ronan Abas (Shalom de Possidónio Cachapa / MetaMortemFase); António Lago (WSB de William Burroughs / Teatro Só); João Cardoso (Distante de Caryl Churchill / Assédio); José Carretas (Ilhas, o Rio e a um dia do Paraíso / Panmixia); Miguel Santos Maia (Alheava - Derrotados / Exposição Busca Pólos); António Capelo (As Sete Portas de Botho Strauss / TUP); João Luís (Enquanto a Cidade Dorme de Álvaro Magalhães / Pé de Vento); Joclécio Azevedo (Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente); Nuno Simões (Amares de Regina Guimarães / Fábrica do Movimento - Caminho das Letras) e Companhia Royal Deluxe (Rinoceronte - Peregrinação / Expo 98). Como autor e encenador criou os espectáculos: Furo! (Rivoli Teatro Municipal - 2004); Heartbeat (Contagiarte - 2005); Poesia ia ia (Teatro do Campo Alegre - 2005); Podes fugir mas não podes esconder-te (Sala Estúdio Latino - 2006); As Flores que abanam no Jardim dos Outros (CACE Cultural do Porto - 2006); Onde deixar o Mundo dormir (Rivoli Teatro Municipal - 2006) e O Mundo Mesa, a partir de Uma Mesa é Uma Mesa. Será? de Isabel Martins e Madalena Matoso (Serralves em Festa - 2007). É membro fundador da Estufa - AC. Concebe e orienta oficinas para o Serviço Educativo do Museu de Serralves.
Limite de participantes: 15 pessoas
Horário : 21h30/ 23h30
Local: Reitoria da Universidade do Porto
Preço: 85 € UP; 95 € Fora UP
Informações e Inscrições: Ana Martins: anamartins@reit.up.pt; 220408193

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Todos ao palco!


Ensaio na FDUP

Quinto Império


7.2.2008 - 20h

(ln)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Todos ao palco!

Ensaio na FDUP

Quinto Império

24.1.2008 - 20h

Trazer textos e roupa para arrastar no chão, i.e., confortável...


(lbc)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

direitoÀcena apresenta:



Quinto Império

um trabalho baseado na obra de Fernando Pessoa e seus heterónimos

Dias 16, 17 e 18 de Abril de 2008
Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade do Porto

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Eros e Psique


Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o
Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

______________________
Cancioneiro

(lbc)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Meu coração tardou

Meu coração tardou. Meu coração
Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não.
Tardou. Antes, de inútil, acabasse.

Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.

Mas não. Nunca nem eu nem coração
Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem.


Fernando Pessoa

(jn)