domingo, 31 de agosto de 2008

A Esfera Jurídica*



Identifico-me com o pobre senhor, vocês não?




PS - Nunca em toda a vossa grandiosa existência vão ver (ou fiquem nas imediações de) um concerto de BURAKA SOM SISTEMA. Nem que vos prometam mundos e fundos, ou que sejam o Jude Law e/ou o Josh Holloway a convidar-vos. Trust me, cause I've been there.


*Roubei daqui


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

"Por motivos talvez claros o prazer é o que nos torna os dias raros"

Já se sabe que sou fã incondicional (tão incondicional que me dói dizer que os dois últimos discos dele não valem...) do Sérgio Godinho, que é de facto O escritor de canções.

Fui hoje ao concerto dele no Du Art Lounge do Casino Estoril, no ciclo anual de concertos com entrada livre, às quintas feiras. Fazendo contas, cheguei à conclusão que nos últimos sete anos, é a terceira vez que o ouço lá. Hoje lembrei-me da data especial de cada uma das três muito precisas situações e o que tem piada é que os três concertos foram sempre nestes finais de Agosto, sempre nesta altura de pós férias, de intermezzos, de vontades ainda a saber a ano novo.

Cada uma dessas três vezes me deixou - enfim, vá, confesso, pronto, como noutro qualquer concerto dele - a alma cheia e um absurdo sorriso nos lábios (riam-se, mas estes são os únicos concertos em que - pasme-se - danço...).

Ora, caramba! Nós a pedir tanto à vida, a sentirmo-nos tão credores de tanta coisa que nos falta, tão cheios de magnas resoluções e depois a ficar apenas esmagados de puro gozo com duas horas a cantar as músicas de sempre, de puro momento de felicidade e de encantamento com o ressoar das palavras cá dentro (e ainda a ouvi-lo claramente a soprar ao ouvido, na viagem de volta a Lisboa pela Marginal...)

Agora podia "botar" aqui aquela do "brilhozinho nos olhos" mas "soube-me a pouco"; ou a do "hoje é o primeiro dia do resto da tua vida", mas essa é uma "frase batida" ;-). Mas fica uma das frases mais bonitas de uma outra música (Dias úteis): "por motivos talvez claros o prazer é o que nos torna os dias raros, por pretextos talvez fúteis a alegria é que nos torna os dias úteis" ... E hoje foi, nestes sentidos, um dia raro e útil.

Até para a semana, cheia de vontade de estrear "cadernos novos" e "casacos de malha".
(LN)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Turismo em Santiago


Teatro Nacional São João organiza viagem

no âmbito da apresentação de Turismo Infinito

em Santiago de Compostela

Turismo Infinito ©João Tuna/TNSJ

Após o êxito da digressão nacional que passou pelas cidades de Lisboa, Faro, Braga, Aveiro e Porto e da apresentação na La Comédie de Reims (França), no passado dia 29 de Abril, Turismo Infinito, espectáculo a partir de textos de Fernando Pessoa, com encenação de Ricardo Pais, vai ser apresentado nos dias 12 e 13 de Setembro, no Auditório de Galicia, em Santiago de Compostela.

No âmbito desta apresentação, o TNSJ está a organizar para o dia 13 de Setembro uma viagem a Santiago de Compostela para todos aqueles que quiserem acompanhar esta digressão à Galiza, proporcionando uma vez mais a oportunidade de ver ou rever o estranho e penetrante espectáculo de Ricardo Pais.

A partida será pelas 16h00 do TNSJ e o regresso será depois de terminada a peça (em principio pelas 00h00 espanholas), o preço da viagem com direito a assistir ao espectáculo será de 25 euros (a viagem só se realizará se houver um número mínimo de 30 pessoas interessadas).

Todos os interessados deverão contactar o departamento de Relações Públicas, até ao dia 8 de Setembro, através do número de telefone 223 401 951.

“Teatro em grande. (…) Um prodigioso texto de Fernando Pessoa magistralmente dirigido por Ricardo Pais. São momentos assim que nos enchem de orgulho em relação à cultura portuguesa, e de confiança nas suas potencialidades.”

Manuel Maria CarrilhoDiário de Notícias (12Jan2008)

“A complexidade da missão não atemorizou António M. Feijó e Ricardo Pais, a dupla a quem coube levar à cena Turismo Infinito. As dificuldades servem apenas para reforçar o evidente triunfo do espectáculo

Sérgio Almeida - Jornal de Notícias (14Dez2007)

“A cabeça viajante de Pessoa na mão hipnótica de Ricardo Pais”

Marcos Cruz – Dário de Notícias (7Dez2007)

Turismo Infinito revela em todo o seu esplendor a arte poética de Pessoa”

Valdemar Cruz – Expresso (8Dez2007)

Rosalina Babo

Dep. de Relações Públicas

Tel. 223 401 951

Os nomes

Tua mãe dava-te nomes pequenos, como se a maré os trouxesse com os caramujos.
Ela queria chamar-te afluente-de-junho, púrpura-onde-a-noite-se-lava, branca-vertente-do-trigo, tudo isto apenas numa sílaba.
Só ela sabia como se arranjava para o conseguir, meu-baiozinho-de-prata-para-pôr-ao-peito.
Assim te queria. Eu, às vezes.


Já não me lembrava desta doçura...
Obrigada Joana Neto pela recordação.

(lbc)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Não há limites?

Eu sei que há quem não saiba escrever e quem não saiba encontrar palavras para dizer o que quer. Mas há limites. Este fim de semana comprei um telemóvel novo. A explorar aquilo descubro que nos "modelos predefinidos" de mensagens escritas aparece um "Também te amo". Está tudo louco, suponho.

(LN)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

"Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria"


Hoje conclui que o melhor sítio para procurar peças de teatro ainda é a Byblos...Precisávamos de estar lá todas a investigar e confrontar textos e ideias - da discussão nasce a luz...- durante umas horinhas. Para quando uma excursão direitoÀcena à capital? ;p

Inês, from Lisbon

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Da blogosfera (II)


Teatro:
O corpo da palavra.

(Inês Pedrosa)

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Parabéns!

Maria Raquel, um grande beijinho de parabéns from all of us

sábado, 2 de agosto de 2008

Platónov

Ontem à noite enchi-me de coragem e fui ver Platónov, ainda bem lembrada da desilusão que foi não conseguir ver a Dúvida e o Turismo Infinito - uma por falta de bilhetes, a outra por falta de pontualidade (britânica). O TNSJ tem esta coisa de dar desgostos às pessoas. E ontem ia ficando à porta outra vez.

Parece-me inevitável que uma peça de 4 horas corra o risco de se tornar ou cansativa, ou enfadonha, ou repetitiva ou desinteressante - ou tudo junto. Antes de entrar na sala, passaram-me pela cabeça dois finais possíveis para a minha visita ao S.João: sair de lá a levitar, como me acontece sempre que vejo um bom filme, um bom concerto, uma boa peça,..., ou dar graças a Deus por ter
acabado. Como diria a LN, coisas de juventude estas dos extremos! É claro que há quase sempre um meio termo, e Platónov personifica precisamente o meio termo entre uma peça 'tudo junto' e uma peça capaz de nos deixar levitantes, como eu acabaria por descobrir 4horas depois.

A qualidade dos actores é já tão inquestionável que m
al serve como argumento a favor da peça na minha lista mental. O TNSJ habitua-nos mal. Eles são 16 e são realmente bons. Lembram-se da nossa querida peça, do nosso pequeno manicómio..? Pois bem, não imaginam o quanto ele me pareceu pequeno e são quando comparado com Platónov. Afinal até somos mais ou menos normais. 16 pessoas em palco, tantas vezes a falar ao mesmo tempo e bem alto - insanidade total. Eu já estava a ficar louca com tanta confusão, às tantas só me apetecia ser eu a pegar na pistola do Platónov e disparar, para ver se alguém punha um ponto final naquele rebuliço doentio. Interpretações incríveis.




A encenação, a cenografia, os movimentos, a luz, os figurinos e a música - a música! - são irrepreensíveis. Havia sempre alguém a tocar piano ou guitarra, baixinho. E bem. Quando havia movimentações na boca de cena, o resto do palco parava, mas de uma maneira linda. Era como se, com uma simples paragem, num carregar no botão off, num desligar a tomada da ficha, se formasse um quadro cheio de movimento. Uma das vantagens da peça ter 4 horas é precisamente haver tempo e vontade de desligar dos diálogos para reparar em certos pormenores que, numa peça mais curta, passariam, provavelmente, bastante mais despercebidos.

O problema da peça é a peça em si. Embora consiga arrancar algumas gargalhadas e tenha pormenores absolutamente brilhantes - e menos não se esperaria de Tchékhov - acaba por ser muito cansativa. Acho que é ponto assente que é cansativa! Agora, aquilo que a torna assim, essa opinião já diverge, com certeza, de pessoa para pessoa. A mim cansaram-me as repetições (ainda que propositadas) e o arrastar de um argumento que não tem 'sumo' para a duração que lhe foi dada. Para mim não tem, mas para outros terá até de sobra e outros outros verão nela um perfeito equilíbrio e consistência.

Ficam aqui duas coisas importantes que saíram da peça comigo - e estas não pecam por falta de 'sumo'. Uma já batida, mas cada vez mais verdadeira, e que me parece ser a principal ideia subjacente à mensagem de Platónov: A infelicidade de uns é a felicidade de outros. Outra que faz pensar - esta em especial para a Margarida, em honra das nossas intermináveis conversas sobre o assunto... assim que ouvi a frase apercebi-me que ela era a síntese perfeita para aquele que foi o problema que mais questões existenciais despertou em nós e que foi mote para longas horas de palavrar durante o ano que passou. O quão difícil e contraditório é 'ser jovem e não ser idealista' ;)

Espero que estejam todos somewhere de férias - vou sabendo de uns, de outros não sei nada - porque são merecidas. Não desfazendo, o Porto em Agosto é um paraíso. Amanhã, Herbie Hancock no Palácio...grátis. Adoro estes investimentos megalómanos na cultura, que não podemos sequer classificar como elitistas - quem à partida não gosta de Jazz (ou não conhece, ou não aprecia por aí além) não perde nada (excepto tempo) em ir experimentar.

Boas férias!

PS - Post número 100!