quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Ricardo Reis

Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,


Que quando te puserem

Nas mãos o óbolo último,


Ao abrirem-te as mãos

Nada te cairá.


(...)


Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.

Colhe as flores mas larga-as,

Das mãos mal as olhaste.


Senta-te ao sol. Abdica

E sê rei de ti próprio.


(Odes de Ricardo Reis)

(iv)

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