Em cena, no Teatro Nacional de S. João (sala do TECA), Ricardo II, de William Shakespeare, com encenação de Nuno Cardoso.
Interpretação: António Júlio, Carlos Pimenta, Cátia Pinheiro, Daniel Pinto, Flávia Gusmão, Gonçalo Amorim, João Pedro Vaz, João Ricardo, José Neves, Luís Araújo, Marta Gorgulho, Nuno Cardoso, Pedro Gil, Pedro Pernas, Wagner Borges
Produção do Teatro Nacional D. Maria II, com uma duração aproximada de 3h15 com intervalo, estará em cena entre 31 de Outubro e 4 de Novembro próximos.
Quem se anima?
Para mais informações acedam a www.tnsj.pt
R Ricardo II é uma peça extraordinária. Vejam, Shakespeare é sobretudo apaixonante – assim como qualquer artista – quando as suas criaturas se põem a viver a sua própria vida e levam o autor contra a sua própria vontade. Henrique de Bullingbrook leva Shakespeare contra a sua própria vontade no decurso de cenas maravilhosas que Shakespeare não pode subscrever: isso dá à peça uma tensão extraordinária.
P Shakespeare é evidentemente por Ricardo?
R Absolutamente. E, contudo, tem de fazer justiça a Bullingbrook e, mais do que isso, deve torná-lo real, humano, de modo que, subitamente, Bullingbrook ganha vida e atrai a si uma boa parte da peça. Vê-se Shakespeare a tentar retê-lo: nada a fazer, Bullingbrook está lançado! Shakespeare é muitas vezes submerso pelas suas personagens.
Orson Welles – Excerto de “Entrevista com Orson Welles, por André Bazin, Charles Bitsch e Jean Domarchi”. In A Política dos Autores. Lisboa: Assírio & Alvim, 1976. p. 252.
(lbc)
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