Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
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Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães,
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em rancho pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava,
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
In "O Guardador de Rebanhos" de Alberto Caeiro
2 comentários:
Olá!
Queria dizer que gostava de voltar a estar em palco com vocês. O tempo que achei que me ia ser roubado este semestre não foi tanto como esperava e por isso se para o próximo semestre ainda admitirem alguém... digam-me!
Um abraço,
Francisco.
francisco, volta estás aperdoado :)
Hoje temos jantar do dÀc com a nova encenadora. Vem connosco. Ficas a conhecê-la e ela a conhecer-te.
Restaurante Ernesto, na rua da picaria, ao cimo, 20h30.
Boa? Bjs Lila
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